fonte: G1
Hugo Martins de Oliveira foi de paciente com câncer a médico oncologista, curado, em alguns anos. Ele chegou criança ao hospital, livrou-se da doença e hoje trabalha no mesmo lugar em que foi curado, em Curitiba.
Todos os dias, ele passa pelos mesmos corredores que conheceu com 14 anos. Ele teve um linfoma, um tipo de câncer, e decidiu estudar para passar a vida como médico. Hoje, aos 30 anos, luta para ajudar no tratamento de outras crianças com a mesma doença que teve.
“Nasci para isso. Acabou que o tratamento, o momento em que passei aqui, foi uma abertura de olhos para eu poder saber da realidade e me apaixonar e lutar para que isso se tornasse realidade hoje”, diz
De família simples, de Astorga, no norte do Paraná, Oliveira fez todo o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para poder estudar, conseguiu financiamento do governo federal. Fez residência em pediatria e agora em oncologia, onde encontrou quem cuidou dele.
“Você não acredita quem está está aqui como residente, como médico. Eu falei: ‘Quem?’. O paciente Hugo. Sério? Nossa, eu tenho que me esconder porque eu tô ficando velha. Não é muito gratificante!”, brinca a enfermeira Celmira Borth.
Quem salvou a vida dele, há 16 anos, agora orienta a carreira como médico. A médica Flora Watanabe, que assinou o laudo à época, diz ficar feliz porque a doença, em vez de deixar traumas, abriu caminhos.
“Ele é ótimo. Pelo fato de ele ter passado o outro lado da história, que é o lado do paciente, ele é muito carinhoso, atencioso”, afirma a médica.
O jovem oncologista comenta que consegue entender melhor os pacientes por já ter vivido algo parecido.
“Quando uma criança está passando por isso, eu consigo entender um pouco dessa carga que tem do lado do paciente, que são os medos, a insegurança, passar por mais um procedimento e, sabendo já como é o efeito colateral, como vai ser nos dias seguintes”, explica.
Durante a reportagem, ele encontrou a menina Raimelly Moreira, de cinco anos. A pequena paciente confessou ter o mesmo sonho de Oliveira: curar-se e tornar-se médica. “Sério? Parabéns, linda. Eu acredito nisso quero acompanhar tudo isso para tornar esse sonho uma realidade. Tá bom? Mereço um abraço?”, pede o médico, recebendo o que pediu logo na sequência.